CANAL LITERÁRIO

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sábado, 25 de abril de 2015

A PRINCESA DE GELO



Série: Patrik Hedström – Livro 1
Autora: Camilla Läckberg
Editora: Planeta
Ano: 2010 (2ª Edição)
Páginas: 368

Sinopse
”De regresso à cidadezinha onde nasceu depois da morte dos pais, a escritora Erica Falk encontra uma comunidade à beira da tragédia. A morte da sua amiga de infância, Alex, é só o princípio do que está para vir. Com os pulsos cortados e o corpo mergulhado na água congelada da banheira, tudo leva a crer que Alex se suicidou. Erica, que não a via desde a infância, vê-se de repente no centro dos acontecimentos e ao mesmo tempo, Patrik Hedström, que investiga o caso, começa a perceber que as coisas nem sempre são o que parecem. Mas só quando ambos começam a trabalhar juntos é que vem a verdade sobre aquela cidadezinha com um passado profundamente perturbador”.

Resenha
O livro de estreia da escritora Camilla Läckberg é o início da série em que Patrik Hedstrom atua como investigador. Erica, uma biógrafa que tenta terminar seu último livro e ainda sofrendo pela perda dos pais, volta à cidade em que nasceu para organizar os pertences que seus pais lhe deixaram e também entender o que aconteceu com o suspeito suicídio de sua amiga de infância Alex.
Nesse ínterim, a jovem biógrafa se vê no meio de uma investigação cada vez mais complexa, cheia de reviravoltas e que trazem à tona segredos do passado.
Ao lado de Patrik, seu antigo amigo de infância, Erica resgata essa amizade revelando um amor que sempre esteve lá, mas que não havia sido verbalizado antes. Eles se envolvem num romance sereno e maduro, trazendo à trama o início de uma parceria que tem tudo para terminar em casamento. Bom, como o livro é uma sequência, os leitores podem esperar que o jovem casal apaixonado formalize essa união.
Seguindo pistas, entrevistando pessoas, o casal parte para desvendar o mistério em torno da morte de Alex e visitando o passado da cidade de Fjällbacka.
A estória é muito boa, o espaço narrativo é muito bem construído, mas a argumentação do livro não se sustenta muito. Achei fraca a escrita, embora os livros em série têm como função deixar ganchos para que a narrativa progrida sucessivamente. O final do livro foi insuspeitável, porém frágil.
Minha avaliação para a leitura foi de 4 estrelas.

Vamos aguardar a sequência com o Livro O cortador de Gelo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

LUA FRIA, JEFFERY DEAVER


Coleção Negra
Editora: Record
Páginas: 570


Sinopse:

Autor de "O Colecionador de Ossos" - sucesso absoluto de crítica e vendas -, Jeffery Deaver traz de volta seu mais famoso protagonista, o detetive tetraplégico Lincoln Rhyme, vivido no cinema por Denzel Washington, acompanhado de sua inseparável parceira Amelia Sachs.
Desta vez, a dupla de investigadores se envolve em uma série de crimes genialmente orquestrados. O assassino é o autodenominado Relojoeiro: nas duas primeiras cenas de crime ele já deixou sua marca, um relógio com o rosto da Lua. Um sádico que marca com esse relógio os últimos momentos de suas vítimas, ele obrigará também Rhyme e Sachs a correr contra o tempo e evitar que a série de mortes desse gênio do crime continue.

Denzel Washington and Angelina Jolie





sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CAIXA DE PÁSSAROS - NÃO ABRA OS OLHOS, JOSH MALERMAN

Caixa de Pássaros – Não abra os olhos,  Josh Malerman

Editora: Intrínseca
Páginas: 268
Gênero: Terror Psicológico

"É um blecaute, pensa Malorie. O mundo, o exterior, está sendo desligado. Ninguém tem respostas. Ninguém sabe o que está acontecendo. As pessoas estão vendo alguma coisa que as leva a machucar os outros. A machucar a si mesmas. As pessoas estão morrendo." (p. 31)


Depois da febre que esse livro causou nos grupos de leitura das redes sociais, foi a minha vez de ir atrás dessa estória.
A maioria dos comentários nesses grupos era de que a leitura é ágil, marcada pelo suspense à cada página.
Realmente, lendo o livro, percebi que o autor fez uso da estilística em que a sintaxe predominante é de orações coordenadas. Deixando a narrativa mais ágil, independente, causando a sensação de expectativa e tensão no leitor.
Caixa de pássaros é uma metáfora para um grupo de pessoas que se isolam em uma casa para se proteger de um mal visível, recorrendo assim às vendas nos olhos.
É terminantemente perigoso sair de casa sem que os olhos estejam vendados. Somente dentro de casa, com as janelas forradas por espessos cobertores e papelão, pode-se estar a salvo. Mas nem tanto assim. O mal pode bater à sua porta. E um pedido de socorro, vindo do lado de fora pode colocar a vida de todo o grupo em risco.
Malorie é a nossa heroína. O livro vai girar em torno dela, marcando a narrativa em tempo presente e memórias do passado da protagonista.
Grávida e sem a presença dos familiares, ela se vê lutando para conseguir sobreviver e encontrar um lugar seguro para criar seus filhos.
O livro é marcado pelo suspense em cada linha, não podendo o leitor dimensionar o que está por trás desse mundo em que ninguém pode ver a face do inimigo.
Por vezes, a narrativa nos convida a pensar se esse mal que acometeu o mundo inteiro, levando as pessoas ao suicídio, não se trata de uma paranoia coletiva. Não se sabe o que há lá fora. E para isso, Malorie e seus filhos vão precisar confiar e treinar a sua audição.

Interessante acrescentar que o grupo está preso a uma casa e à espera de qualquer sinal vindo de fora, como ameaça ou salvação. Bem como a caixa de pássaros que está presa do lado de fora como um sistema de alarme a qualquer um que se aproxime. Essa metáfora da caixa de pássaros é uma reflexão para a questão do estado de alerta, da insegurança e da perda da liberdade. Os pássaros são privados de voar, mesmo tendo asas; e as pessoas, de enxergar, mesmo tendo olhos. Um suspense que vai te prender do início ao fim.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - JOSÉ SARAMAGO

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, OU ENSAIO SOBRE A VISÃO?     RESENHA CRÍTICA


Ensaio sobre a cegueira, do escritor português José Saramago, e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1998, trata-se de um livro filosófico e uma crítica aos valores sociais, expondo o caos a que se chega quando a maioria da população é acometida pela cegueira.
O cenário para essa estória é a sociedade portuguesa contemporânea e seus personagens sem nomes, sendo descritos por suas características: a mulher de óculos,
O primeiro cego, a mulher do médico, o médico, o ladrão.
            Saramago usa desse recurso da anulação do substantivo próprio justamente como metáfora para a desumanização de uma sociedade incapaz de ouvir e olhar para o outro. De que vale o nome para quem não pode ver? É por meio das características físicas que o autor coisifica o personagem com efeito de tirar a humanização do outro, transformando-o num animal irracional. E à medida que os cegos vão se amontoando no manicômio, vão retornando assim à sua condição animalesca: “tensos, de pescoço estendido como se farejassem algo...”(EC,49); “eram trazidos em rebanho” e ‘esbarravam uns nos outros”(EC, 72);...de gatas, de cara rente ao chão como suínos”
O escritor-cidadão onisciente utiliza a alegoria da cegueira para representar o horror vivenciado pela sociedade, mas não visto: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. Uma crítica ao sistema, ao capitalismo, a industrialização, às forças armadas e à política.
Uma das características da escrita do escritor são as falas entre vírgulas, que forçam o leitor a um verdadeiro mergulho em suas ideias, tornando-se impossível parar em meio as considerações do autor. Saramago rompe com a estrutura para criar o seu próprio estilo. A desconstrução do tempo linear nas suas idas e vindas nas memórias das personagens, evocam uma reflexão sobre os valores éticos.
Ensaio sobre a cegueira é uma metáfora para a visão. O livro não perderia o sentido se tivesse o título Ensaio sobre a visão. Coisa de gênio.
Quando eu li pela primeira vez esse livro, fiquei hipnotizada pela escrita do Saramago. As construções sintáticas são perfeitas, não tendo dificuldade alguma e nem perda do sentido pela falta de acentuação. A genialidade de se fazer uma pergunta sem o uso do ponto de interrogação e perceber a pergunta no texto, definitivamente é o que mais me encanta na escrita de Saramago.
Ele abusa da conotação, das aliterações, das metáforas podendo pegar desprevenido o leitor pouco familiarizado com esse tipo de literatura mais sofisticada.
Ler esse livro pela segunda vez, na faculdade, foi ainda mais enriquecedor. Num primeiro momento, houve aquela leitura sem compromisso. Num segundo momento, a escrita se tornou ainda mais abrangente, ampliando as possibilidades de leitura e de sentido.
Saramago é o meu escritor preferido pelo conjunto de tudo o que ele já realizou. Essa vontade de brincar com o caos, a questão dos opostos, de uma crítica mais intensa ao sistema, torna-o um dos maiores escritores de literatura crítica universal.

Definitivamente, não dá para viver sem ler Saramago. Todas as estrelas possíveis para ele.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

NOVEMBRO DE 63 - STEPHEN KING

Novembro de 63 – Stephen King

Editora: SUMA de letras
Páginas: 727
Tradução: Beatriz Medina
Gênero: Ficção americana – Romance - Drama

Sinopse

A vida pode mudar num instante, e dar uma guinada extraordinária. É o que acontece com Jake Epping, um professor de inglês de uma cidade do Maine. Enquanto corrigia as redações dos seus alunos do supletivo, Jake se depara com um texto brutal e fascinante, escrito pelo faxineiro Harry Dunning. Cinquenta anos atrás, Harry sobreviveu à noite em que seu pai massacrou toda a família com uma marreta. Jake fica em choque... mas um segredo ainda mais bizarro surge quando Al, dono da lanchonete da cidade, recruta Jake para assumir a missão que se tornou sua obsessão: deter o assassinato de John Kennedy. Al mostra a Jake como isso pode ser possível: entrando por um portal na despensa da lanchonete, assim chegando ao ano de 1958, o tempo de Eisenhower e Elvis, carrões vermelhos, meias soquete e fumaça de cigarro. Após interferir no massacre da família Dunning, Jake inicia uma nova vida na calorosa cidadezinha de Jodie, no Texas. Mas todas as curvas dessa estrada levam ao solitário e problemático Lee Harvey Oswald. O curso da história está prestes a ser desviado... com consequências imprevisíveis. Em Novembro de 63, livro inédito de Stephen King, a viagem no tempo nunca foi tão plausível... e aterrorizante.

Resenha

Quem nunca se imaginou voltando no tempo e fazendo uma escolha diferente?  O que dizer da possibilidade de voltar no tempo e mudar fatos marcantes da história mundial?! O que aconteceria no mundo, por exemplo, se o destino de  JFK ou Luther King tivesse sido outro?!
Essa é a premissa de Novembro de 63.
A escrita de King é uma delícia nesse livro, não só pelo enredo e a trama toda, mas pelo contexto histórico político e cultural da época.
Literalmente uma viagem no tempo em que os valores, as amizades e o sentimento de ajudar ao próximo, faziam parte da ideologia daquela comunidade, principalmente quando o protagonista Jake Epping está na cidade de Jodie.
Há muita tensão no livro quando Jake tenta mudar o destino de Harry e do presidente JFK, mas o livro também é uma aula sobre como a felicidade pode ser simples e de como as nossas palavras e escolhas afetam o outro.
O livro aborda a questão do Efeito Borboleta, do comportamento da população Texana. Faz referência ao livro IT, quando Jake chega à cidade de Derrey, em que um palhaço está matando crianças na cidade (possivelmente essa intertextualidade que S. King faz do livro IT, seja um presente aos fãs leitores). Sua insatisfação com a cidade de Dallas e seu comportamento diante da visita de JFK, recebido à cusparada por donas de casa... e tantas outras questões que são descritas depois de uma pesquisa minuciosa feita pelo autor.
Uma leitura maravilhosa sobre a questão das possibilidades e do destino. Amei ler esse livro. Foi gostoso ler o romance de Jake e Sadie, seus “mimimis”, a confiança que um tinha no outro, a cumplicidade...enfim. Foi uma surpresa para mim encontrar um casal tão simpático e carismático num livro do King e com um desfecho maravilhoso para o casal. 
Novembro de 63 é um livro que deve ser lido. Há muitas complexidades para que a resenha possa captar a atmosfera que envolve o livro. Tem que ler. Nota 10. 
Link: Stephen King falando sobre Novembro de 63 (http://youtu.be/JjZByH3IHo0)





quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

AS VIRGENS SUICIDAS - JEFFREY EUGENIDES



Editora: Companhia das Letras
Páginas: 231
Gênero: Ficção norte-americana

Sinopse
Num típico subúrbio dos Estados Unidos nos anos de 1970, cinco irmãs adolescentes se matam em sequência e sem motivo plausível. A tragédia ocorrida no seio de uma família que, em oposição aos efeitos já perceptíveis da revolução sexual, vive sob severas restrições morais e religiosas, é narrada pela voz coletiva e fascinada de um grupo de garotos da vizinhança.

RESENHA

Adaptado ao cinema por Sophia Coppola, publicado em 34 idiomas e agora em nova tradução brasileira, o livro de estreia de Jeffrey Eugenides rapidamente se tornou um cult da literatura norte-americana contemporânea. Grande parte desse sucesso se deve a sua prosa virtuosística, com um gosto por detalhes que dá às descobertas banais dos narradores – um armário cheio de cosméticos, um absorvente na lixeira do banheiro – uma vivacidade incomum.

"Um ano tinha se passado e ainda não entendíamos nada. De cinco, as meninas se reduziram a quatro, e todas elas - as vivas e a morta - estavam se torando sombras. Nem mesmo a coleção de pertences variados disposta aos nossos pés serviam para reafirmar sua existência, e nada parecia mais anônimo que uma certa bolsa de vinil, coberta de correntes douradas, que podia ter pertencido a qualquer uma das meninas ou a qualquer menina no mundo." Página 174.

A estória dessas cinco adolescentes é narrada por um grupo de meninos, que trazem à tona lembranças de fatos que ocorreram no período em que se seguiram às mortes. O “nós”, narrado na primeira pessoa do plural, é a presença de uma multiplicidade de vozes e consciências independentes, regidas pelo autor-criador em seu romance, sendo a consciência criadora aparentemente alheia às consciências individuais das personagens.
Por meio dessas lembranças, somos convidados a conhecer parte da estória dessas irmãs suicidas. Mas não do ponto de vista das meninas. Os motivos pelos quais elas se suicidaram é apenas sugerido pela visão do grupo.
As irmãs Lisbon exerciam fascínio nos garotos da sua rua e da escola. Principalmente a menina Lux Lisbon. A idealização da figura de Lux, a mais rebelde das irmãs, fará com que a personagem seja a nossa heroína trágica, personificando todas as outras quatro irmãs. Lux é a que vai lutar mais intensamente contra as restrições impostas pela mãe religiosa. Eram proibidas de usar maquiagem, ir às festas, sair de casa. No entanto, elas ousavam ir à escola maquiada, suspender a barra da saia, fumar e ouvir rock.
A primeira irmã a cometer suicídio e ganhar enfoque na estória é Cecília. Com apenas treze anos de idade e um jeito totalmente inusitado de se vestir, Cecília se suicida sem deixar nada que possa responder o porquê de seu ato.

Segue-se um período nebuloso para as meninas Lisbon, para os garotos e para a comunidade. Há um sentimento de que algo muito importante está acontecendo na vida dos jovens americanos daquela época, mas ninguém propõe um diálogo para saber o que de fato está acontecendo e nem por que aconteceu o suicídio da menina Cecília. E é essa incapacidade de ler as meninas Lisbon, que torna a narrativa mais misteriosa, deixando lacunas para a imaginação do grupo de narradores e para o leitor. Um livro excelente. Adorei.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

BONECO DE NEVE


Editora: Record
Páginas: 418
Gênero: Thriller policial, literatura norueguesa.

Sinopse:
Novembro; a primeira neve do ano cai sobre a fria cidade de Oslo. O pequeno Jonas acorda no meio da noite e percebe que sua mãe não está em casa. Ele caminha pelos corredores silenciosos, até se deparar com pegadas molhadas na escada. No jardim, nota uma figura solitária: um boneco de neve sob a luz da lua, com os olhos negros voltados para a janela do quarto. Em torno do pescoço branco, um pano cor-de-rosa, a echarpe que o menino deu à sua mãe no Natal.
No dia seguinte, a polícia é acionada pelos vizinhos, e o inspetor Harry Hole é chamado. Embora seja comum que desaparecidos retornem justificando o sumiço com um motivo banal, ele suspeita haver alguma ligação entre o destino da mãe de Jonas e uma carta que recebeu assinada pelo autointitulado “Boneco de Neve”. Enquanto avançam nas investigações, o inspetor e sua equipe se veem diante de vários casos similares não solucionados na última década: todas as vítimas são mulheres casadas e com filhos, sempre na primeira neve do ano.
Quando outra mulher desaparece e um macabro boneco de neve é encontrado próximo à floresta onde fica a casa dela, Harry conclui que, pela primeira vez, confronta um serial killer em seu próprio terreno. Porém esse é um assassino que cria suas próprias regras, capaz de quebrar o padrão apenas para manter o jogo interessante, enquanto atrai o inspetor para uma trama mortal.
Resenha:
A escrita de Jo Nesbø é extremamente descritiva e repleta de personagens. Precisei anotar os nomes para não me perder na trama. Há também uma sensação estranha de não conseguir fixar os nomes por conta de ser uma literatura norueguesa, da qual não temos familiaridade com os substantivos próprios. Talvez, a escolha do nome do protagonista Harry tenha sido intuitiva, por parte do autor para essa dificuldade. A narrativa em terceira pessoa insere o ponto de vista dos personagens, contribuindo para uma visão panorâmica dos fatos.
 Como uma leitora assídua de literatura policial, posso afirmar que Jo Nesbø é similar a Thomas Harris, autor do livro O silêncio dos Inocentes. Embora o autor não tenha um antogonista fixo, como o canibal Hannibal Lecter, de Thomas Harris, o autor cria um cenário muito parecido nas investigações, nas peripécias e principalmente no jogo psicológico entre o investigador e o serial killer. O leitor segue algumas pistas, que se mostram falsas, mas Jo Nesbø consegue desatar com maestria todos os nós da trama sem deixar nenhuma ponta solta.
Não há só pistas falsas, pelo contrário, segui minha intuição e acertei na mira do psicopata. Isso não quer dizer que o livro seja óbvio, mas sim que o autor dá chance para que o leitor faça parte da equipe de investigação e tire suas próprias conclusões. Não é à toa que ele descreve em 3ª pessoa sob a perspectiva de vários personagens.
O livro tem uma linguagem ágil, percebe-se que o autor fez uma pesquisa minuciosa sobre comportamento humano, genética e anomalias. Além de ter um minicurso sobre bandas de rock dos anos 70 e 80. Que vai de Neil Young a Ramones. Excelente!
Eu preferi deixar só a sinopse da orelha do livro e falar um pouco das minhas impressões. O livro é muito complexo, rico em detalhes, cheio de pistas, intrigante e envolvente. Se me aprofundasse nas situações que ocorrem na narrativa, acabaria por dar SPOILERS.  Impossível largar o livro. Comecei a ler e fui até o fim. Mesmo contendo 420 páginas. Foi rapidinho.
Esse foi o primeiro livro que eu li desse autor.  No entanto, o personagem Harry Hole, faz parte de uma série de livros de Jo Nesbo  com essa temática. Faz parte de uma série.
Para aqueles que leram ou assistiram O silêncio dos Inocentes, O colecionador de Ossos e acharam relevante,  Boneco de Neve está no mesmo patamar literário. Corre pra ler que você vai gostar.

Dez estrelinhas para Boneco de Neve. Abraço e até mais J