Caixa de Pássaros – Não abra os olhos, Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas: 268
Gênero: Terror Psicológico
"É um blecaute, pensa Malorie. O mundo, o exterior, está sendo desligado. Ninguém tem respostas. Ninguém sabe o que está acontecendo. As pessoas estão vendo alguma coisa que as leva a machucar os outros. A machucar a si mesmas. As pessoas estão morrendo." (p. 31)
Depois da febre que esse livro causou nos grupos de
leitura das redes sociais, foi a minha vez de ir atrás dessa estória.
A maioria dos comentários nesses grupos era de que a
leitura é ágil, marcada pelo suspense à cada página.
Realmente, lendo o livro, percebi que o autor fez uso
da estilística em que a sintaxe predominante é de orações coordenadas. Deixando
a narrativa mais ágil, independente, causando a sensação de expectativa e
tensão no leitor.
Caixa de pássaros é uma metáfora para um grupo de
pessoas que se isolam em uma casa para se proteger de um mal visível,
recorrendo assim às vendas nos olhos.
É terminantemente perigoso sair de casa sem que os
olhos estejam vendados. Somente dentro de casa, com as janelas forradas por
espessos cobertores e papelão, pode-se estar a salvo. Mas nem tanto assim. O
mal pode bater à sua porta. E um pedido de socorro, vindo do lado de fora pode
colocar a vida de todo o grupo em risco.
Malorie é a nossa heroína. O livro vai girar em torno
dela, marcando a narrativa em tempo presente e memórias do passado da
protagonista.
Grávida e sem a presença dos familiares, ela se vê
lutando para conseguir sobreviver e encontrar um lugar seguro para criar seus
filhos.
O livro é marcado pelo suspense em cada linha, não
podendo o leitor dimensionar o que está por trás desse mundo em que ninguém
pode ver a face do inimigo.
Por vezes, a narrativa nos convida a pensar se esse
mal que acometeu o mundo inteiro, levando as pessoas ao suicídio, não se trata
de uma paranoia coletiva. Não se sabe o que há lá fora. E para isso, Malorie e
seus filhos vão precisar confiar e treinar a sua audição.
Interessante acrescentar que o grupo está preso a uma
casa e à espera de qualquer sinal vindo de fora, como ameaça ou salvação. Bem
como a caixa de pássaros que está presa do lado de fora como um sistema de
alarme a qualquer um que se aproxime. Essa metáfora da caixa de pássaros é uma
reflexão para a questão do estado de alerta, da insegurança e da perda da
liberdade. Os pássaros são privados de voar, mesmo tendo asas; e as pessoas, de
enxergar, mesmo tendo olhos. Um suspense que vai te prender do início ao fim.