CANAL LITERÁRIO

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sábado, 10 de janeiro de 2015

RATOS - GORDON REECE



Editora: Intrínseca
Páginas: 238
Gênero: Assertividade (Psicologia), Ficção Inglesa, Conduta – Ficção.

Sinopse:
Shelley e a mãe foram maltratadas a vida inteira. Elas têm consciência disso, mas não sabem reagir — são como ratos, estão sempre entocadas e coagidas. Shelley, vítima de um longo período de bullying que culminou em um violento atentado, não frequenta a escola. Esteve perto da morte, e as cicatrizes em seu rosto a lembram disso. Ainda se refazendo do ataque e se recuperando do humilhante divórcio dos pais, ela e a mãe vivem refugiadas em um chalé afastado da cidade. Confiantes de que o pesadelo acabou elas enfim se sentem confortáveis, entre livros, instrumentos musicais e canecas de chocolate quente junto à lareira. Mas, na noite em que Shelley completa dezesseis anos, um estranho invade a tranquilidade das duas e um sentimento é despertado na menina. Os acontecimentos que se seguem instauram o caos em tudo o que pensam e sentem em relação a elas mesmas e ao mundo que sempre as castigou. Até mesmo os ratos têm um limite.

Resenha:
Procurávamos uma casa que fosse antiga. Deveria ser silenciosa. Deveria oferecer privacidade. Afinal, éramos ratos. Não procurávamos um lar. Procurávamos um lugar onde pudéssemos nos esconder”.
O primeiro capítulo desse livro vai começar assim, com um personagem narrador em 1ª pessoa, tendo como cenário essa casa afastada de tudo e de todos. Pode-se perceber que o autor opta por frases curtas, de período simples em que a palavra “procurávamos e deveria” aparece várias vezes. Isso demarca a situação em que as personagens  Shelley e a mãe se encontravam naquele momento. Viviam como ratos, escondidas, nunca assertivas, nunca mal-educadas, nunca dispostas ao confronto.
Depois de ter passado por um período de 8 meses sofrendo bullying na escola e com o final do casamento de seus pais, Shelley e sua mãe encontram essa casa afastada e passam a viver com conforto, num ambiente afetuoso construído a partir de uma relação de cumplicidade e afeto entre mãe e filha.
Shelley, nesse momento, tem dois tutores para lhe dar aulas em casa. O simples fato de voltar à escola e lidar com toda aquela situação referente ao bullying estava fora de cogitação. E assim, cada vez mais, mãe e filha se afastavam gradativamente do mundo externo. A escolha do substantivo comum “ratos”, escrito em minúscula, pelo autor, passa essa ideia ao leitor de que elas eram animais indefesos, incapazes de reagir e ao mesmo tempo de se integrar à vida em sociedade. Preenchem seu tempo ouvindo música clássica, pintando, lendo Shakespeare (Macbeth), tocando flauta, cozinhando, plantando rosas no jardim.
Elizabeth, uma advogada que obteve muito sucesso e que optou por largar a profissão para cuidar da filha, depois do divórcio, vê-se compelida a voltar ao mercado de trabalho, porém numa posição inferior. Num escritório de advocacia, ela se torna a principal advogada, mas recebe menos que as secretárias. Seu chefe tem hábitos abusivos, constrangedor e a humilha frequentemente. Elizabeth, no entanto, nunca confronta, nunca reivindica um tratamento mais respeitoso.
Vivendo nessa pequena redoma de vidro, as duas acabam por se descobrir e  reconhecendo que dentro delas há um ser humano capaz de lutar pela própria sobrevivência custe o que custar.
Bom, pessoal, esse foi o primeiro livro do Gordon Reece que eu li. Inacreditavelmente, esse livro custa R$ 2, 60 no Submarino. Não dá para entender como um livro com essa “pegada” pode ter um preço tão ínfimo. A narrativa é de um thriller psicológico, com diálogos marcados por ironias finas em que o autor ao mesmo tempo em que vai nos apresentando os fatos,  convida o leitor à participar daquele processo de resolução de toda a problemática apresentada.
A relação de vítima – agressor , gato – rato é o tema central dessa estória. Podemos relacioná-lo ao livro Misery, de Stephen King.
Gordon Reece tem uma escrita impecável, bem articulada, envolvente. Há muita força na maneira que ele escreve e é quase impossível não pensar que esses acontecimentos relatados no livro, de certa forma, pudessem ter acontecido realmente com ele.
Ratos é o seu livro de estreia, escrito em 2011. Nascido no Reino Unido, Gordon Reece é formado em literatura inglesa no Keble.
A capa do livro é linda e a diagramação excelente. Por ser um thriller psicológico cheio de suspense e bem escrito, a leitura é acessível e rápida.
Fiquei muito feliz de ter lido esse livro, de não ter olhado com um olhar discriminatório por conta do preço da obra. Recomendo para todos os meus amigos sempre que posso. Comprei 3 exemplares para presentear os meus alunos mais assíduos na leitura. Provavelmente farei um trabalho de leitura no Ensino Médio com eles sobre esse livro.
Resumindo: Dez estrelinhas para Ratos!
Não deixem de ler! Façam um favor a vocês mesmos, leiam Ratos.
Um beijo grande e até mais. J



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

LISTA DE LEITURA PARA 2015



Olá, pessoal!

Ano novo chegou e com ele fazemos a renovação dos livros desejados para este 2015.
No ano passado, eu e meu amigo William, entramos no barato da nossa blogueira preferida Tatiana Feltrin e decidimos também, fazer o projeto Lendo PROUST.
O projeto foi adaptado à nossa realidade, por conta de tempo, trabalho, faculdade e etc. Então, a partir de janeiro, vamos ler 100 páginas por semana dos sete livros que consiste o Em Busca do Tempo Perdido. Provavelmente o projeto será concluído em 2016. Haverá uma pasta separada aqui no blog para falarmos das nossas impressões referentes à essa leitura. Certo?

Separei Doze livros para 2015, alguns títulos ainda de 2014 que não foram concluídos. Acontece! Rs A gente se empolga e o tempo acaba sendo pouco para realizar todas as leituras que desejamos. Enfim...mas não desisto.  A meta são de 2 livros por mês, mas arrisco a postar apenas 12 por conta das surpresas literárias que sempre pintam por aí. Você pode acompanhar o processo dessas leituras por meio do blog e também da Fanpage . Vamos à lista!

         1-      Antologia da Literatura Fantástica – Jorge Luís Borges;         
  2-       Acima de Qualquer Suspeita – Scott Turow; (RESENHA AQUI!)
         3-      O Inocente – Scott Turow;
         4-      A Herança de Ana Bolena – Philippa Gregory;
         5-      A Menina Submersa – Caitlín R. Kiernan;
         6-      Boneco de Neve – Jo Nesbo; (RESENHA AQUI!)
         7-      Novembro de 63 – Stephen King; (RESENHA AQUI!)
         8-      As Virgens Suicidas – Jeffrey Eugenides; (RESENHA AQUI!)
         9-      A Redoma de Vidro – Sylvia Plath;
         10-   Ratos – Gordon Reece; (RESENHA AQUI!)
         11-   Manson – Jeff Guinn;
         12-   Morte Súbita – J.K.Rowling.





 













ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA - SCOTT TUROW

Editora: Record                                                      
Páginas: 546
Gênero: Policial, Thriller jurídico

Um thriller jurídico, narrado em primeira pessoa, “Acima de qualquer suspeita” é um daqueles casos policiais que vai te prender do começo ao fim.
O protagonista se chama Rusty, um advogado bem sucedido, pai amoroso e com uma carreira promissora. Sua nova parceira, Carolyn, é o que chamamos de mulher fatal. É de se esperar que um romance venha a sair dessa nova dupla, porém, Carolyn é brutalmente assassinada e seu ex-amante passa a investigar o caso.
Como uma boa história de gênero policial, Scott Turow investe nas reviravoltas no decorrer da narrativa. Um bom exemplo disso é o fato do nosso protagonista, chefe da investigação do assassinato, passar a ser o principal suspeito do crime.
O cenário da história é o tribunal, convidando o leitor (personagem) a fazer parte da plateia e do júri. Típico das narrativas em primeira pessoa, em que nos envolvemos com os problemas do personagem-narrador, criando um laço afetivo.
À medida que se avança nas investigações, tendo o protagonista no banco dos réus, o autor constrói personagens absolutamente humanizados, com todas as suas qualidades e defeitos, podendo a qualquer momento trazer à tona novas pistas e surpresas, contribuindo assim, com mais peças a serem encaixadas nesse quebra-cabeça. Cabe ao leitor fazer as suas próprias considerações.
Destaca-se à escrita de Scott Turow uma habilidade que só os grandes autores do gênero são capazes, como Stephen King. A habilidade de saber amarrar muito bem a história e não deixar pontas soltas. A coisa que mais me chateia, enquanto leitora é quando o autor traz uma série de informações e não dá o desfecho. Simplesmente fica lá, vagando no éter. Isso é muito chato, mesmo!!!!
Essa é a característica pela qual o autor ganhou o meu respeito e simpatia.
"Acima de qualquer suspeita" ganhou uma versão fílmica em 1990, com Harrison Ford no papel de Rusty. Há também uma continuação desse livro, intitulado "O Inocente", em que passados 20 anos o protagonista se depara novamente com fatos desse assassinato que abalou a carreira política de muita gente importante, inclusive a do protagonista. 
Uma excelente dica de leitura para aqueles que gostam do gênero policial, de uma história bem construída, de uma narrativa fluída com temática jurídica. Não vale assistir ao filme antes da leitura, principalmente porque um dos méritos da obra está no fato de Scott Turow saber escrever muito bem esse tipo de história. Muito bom! Recomendo fortemente para você que está de férias e disposto a se aventurar pelo mundo dos tribunais. Dez estrelinhas para esse livro. Um abraço e até mais! :)

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