CANAL LITERÁRIO

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O ASSASSINATO DE ROGER ACKROYD - AGATHA CHRISTIE

O ASSASSINATO DE ROGER ACKROYD – AGATHA CHRISTIE

Um caso de Hercule Poirot

Editora: Globo Livros
Páginas: 308
Gênero: Policial

Sobre a autora:
Agatha Christie é a mais famosa escritora de romances policiais do mundo, e uma das escritoras mais vendidas e traduzidas até hoje. Durante praticamente cinquenta anos, a autora inglesa escreveu oitenta romances, várias coletâneas de contos e doze peças teatrais. Seu livro E não sobrou nenhum (resenhado aqui no blog) é considerado o melhor livro de mistério de todos os tempos.

Resenha

Na postagem anterior do blog, falei da dificuldade que os fãs da escritora Agatha Christie tiveram em ler Os crimes da monograma, escrito pela autora Sophie Hannah com o consentimento da família da Rainha do Crime e que pegou emprestado o personagem detetive Hercule Poirot.
Sentindo falta da escrita de Agatha Christie e, no intuito de tirar aquele gosto meio estranho que ficou após a leitura (pessoa sinestésica rs), dei início imediatamente ao livro O Assassinato de Roger Ackroyd _ que no meu ponto de vista _ é o livro mais bem construído pela autora inglesa.
Em nenhum momento eu suspeitei da verdadeira identidade do assassino. Infelizmente, para não dar spoiller ao futuro leitor, não darei muitos detalhes sobre o livro. Pois cada detalhe é de suma importância para que o enredo seja construído.
Outra coisa que me deixou extremamente satisfeita com a narrativa são os mapas. Partindo da ideia de que todo bom livro tem mapa, este aqui não poderia ser diferente. Eis aqui uma leitora apaixonada por mapas!

 Bom, indo direto ao ponto central do livro:

A história é narrada pelo Dr Sheppard, médico da cidade e irmão da solteirona e fofoqueira Caroline Sheppard. O espaço da narrativa está localizado na pacata vila de King´s Abbott e a trama central do enredo consiste no assassinato do milionário Roger Ackroyd em seu escritório da mansão Fernly Park.  Logo após ter se aposentado, o detetive belga Hercule Poirot, muda-se para a vila em busca de sossego. No entanto, logo que se dá o crime de Roger Ackroyd, Poirot é requerido pela sobrinha do milionário a encontrar a verdade sobre o crime. Com a ajuda do médico Sheppard, os dois irão procurar as pistas para que esse crime seja solucionado. Escrito em 1926, O Assassinato de Roger Acrkoyd é considerado por muitos uma das mais famosas e perturbadoras histórias de Agatha Christie, não só pelo jogo sutil entre verdades e mentiras e detalhes secundários que se explicam ao longo da trama e se acertam no todo, mas por que o desenvolver da história, primeiramente intricada, acaba por nos conduzir a um desfecho genial em sua lógica e simplicidade.
A grande sacada da trama está certamente no fato da narrativa ser em 1ª pessoa. Aproximando o leitor e exercendo a função de pseudo-biografia. Dessa forma, a memória servirá de vínculo entre a narrativa presente e a suposta verdade dos fatos. GENIAL!

A leitura é ágil e vai prender o leitor do começo ao fim. Pontuada por ótimos personagens, voltas habilidosas e bem construídas, com divisões mais densas do que pode julgar o leitor despercebido e entrelinhas sutis. A edição da Globo está ótima, boa diagramação e tradução impecável. A arte da capa chama muito atenção pela escolha de cores vivas e fortes. Recomendado a todos que procuram um livro de trama policial inteligente, cheio de surpresas e que vai manter o leitor mais assíduo no escuro. Leiam e se surpreendam! Um grande abraço e até mais!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

OS CRIMES DO MONOGRAMA - AGATHA CHRISTIE POR SOPHIE HANNAH

OS CRIMES DO MONOGRAMA – AGATHA CHRISTIE POR SOPHIE HANNAH

GÊNERO: POLICIAL
EDITORA: NOVA FORNTEIRA
PÁGINAS: 286

SINOPSE
Em 1929, num café em Londres, Poirot é surpreendido pela entrada dramática de uma mulher certa de seu assassinato iminente. Mas, para o espanto do detetive, ela não quer ajuda: diz que merece o que está por vir e sai desabalada do local, sem mais explicações.
Enquanto isso, o policial Edward Catchpool se depara com um cenário perturbador: em quartos diferentes de um hotel, três cadáveres são encontrados dispostos de uma maneira cuidadosa e com uma abotoadura de ouro com as iniciais P.I.J. em cada um.
Juntos, Poirot e Catchpool tentarão desvendar a possível conexão entre aquela estranha mulher e os três crimes, antes que seja tarde demais e outras mortes ocorram.

 RESENHA
Após uma semana corrida com a apresentação do meu TCC, eis que finalmente terminei de ler Os Crimes do Monograma lançado em Setembro/2014 pela Editora Nova Fronteira.

O livro foi escrito por Sophie Hannah, autora de thrillers psicológicos best-sellers publicados em mais de vinte países. Seu livro Kind of Cruel foi um dos finalistas do Specsavers National Book Awards de thriller de 2013. Em Os Crimes do Monograma, a autora traz de volta à ativa o detetive belga Hercule Poirot após quase 40 anos desde a última história publicada por Agatha Christie. Devidamente autorizada pela família de Agatha Christie, Sophie Hannah é a primeira escritora a retomar a história de Poirot, retratado pela última vez em Cai o Pano, publicado por Agatha em 1975, um ano antes de sua morte. O personagem belga estreou em 1920 em O Misterioso Caso de Styles e se tornou um dos mais conhecidos da escritora britânica.

Pois é, minha gente... Estava animada com a volta do Poirot, mas após terminar a leitura, não me senti lendo um livro com a genialidade que Agatha Christie tinha de provocar o leitor com as cenas de suspense. O livro é bom, mas não reconheço a sagacidade e o refinamento do Poirot e nem a simplicidade e engenhosidade com que a Rainha do Crime elaborava suas tramas. Senti muita falta das locuções em francês do nosso detetive: Mon Dieu!

Fiquei com a impressão de que Poirot é um mero coadjuvante na história. Talvez, tal fato decorra da narrativa pertencer ao Catchpool, o qual achei meio irritante com seu raciocínio lento e sem ânimo. No livro o grande Hercule Poirot gosta de destacar suas qualidades, como sempre fez nas histórias narradas por Agatha Christie, mas no caso de Os Crimes da Monograma sua participação é quase apática e seu parceiro muito inferior intelectualmente. Bateu uma saudade imensa do Hastings e principalmente da pachorrice de Poirot. No livro de Sophie Hannah não há nenhuma descrição do comportamento rabugento do detetive e nem em relação à sua extravagância no vestir. Não senti que Poirot estava ali na história. Fiquei pensando: como a família de Agatha Christie deixou que este livro fosse publicado, visto que a Rainha do Crime, para evitar que continuassem a explorar seu personagem depois de sua morte, decidiu matar Poirot em um romance escrito na década de 1940, mas que, segundo ordens expressas suas, só deveria ser publicado após sua morte? Em Cai o pano a ação já começa com Poirot doente e sua morte fecha a trama. Leitores assíduos de Agatha certamente estranharam esse fato. Mas, como numa obra de ficção, tudo cabe. 
Mesmo assim devorei o livro como quase sempre faço com a literatura policial! Apesar de não ser genial, a obra tem o seu charme, mas claro está longe de representar a magnitude das células cinzentas do homenzinho metódico criado por Agatha Christie.

Há que se respeitar a coragem de Sophie Hannah por encarar esse desafio, bem como o fato de que cada escritor tem um estilo único, mas como fã considero Agatha inimitável.
Apesar disso, garanto que dá para abrir a cabeça e aproveitar a leitura deixando de lado comparações...É difícil, mas não impossível. A capa do livro está impecável... Por sinal, os últimos lançamentos das obras da Agatha pela Nova Fronteira estão com excelentes capas!

 Bom, é isso! Um grande abraço e até mais J