CANAL LITERÁRIO

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

BONECO DE NEVE


Editora: Record
Páginas: 418
Gênero: Thriller policial, literatura norueguesa.

Sinopse:
Novembro; a primeira neve do ano cai sobre a fria cidade de Oslo. O pequeno Jonas acorda no meio da noite e percebe que sua mãe não está em casa. Ele caminha pelos corredores silenciosos, até se deparar com pegadas molhadas na escada. No jardim, nota uma figura solitária: um boneco de neve sob a luz da lua, com os olhos negros voltados para a janela do quarto. Em torno do pescoço branco, um pano cor-de-rosa, a echarpe que o menino deu à sua mãe no Natal.
No dia seguinte, a polícia é acionada pelos vizinhos, e o inspetor Harry Hole é chamado. Embora seja comum que desaparecidos retornem justificando o sumiço com um motivo banal, ele suspeita haver alguma ligação entre o destino da mãe de Jonas e uma carta que recebeu assinada pelo autointitulado “Boneco de Neve”. Enquanto avançam nas investigações, o inspetor e sua equipe se veem diante de vários casos similares não solucionados na última década: todas as vítimas são mulheres casadas e com filhos, sempre na primeira neve do ano.
Quando outra mulher desaparece e um macabro boneco de neve é encontrado próximo à floresta onde fica a casa dela, Harry conclui que, pela primeira vez, confronta um serial killer em seu próprio terreno. Porém esse é um assassino que cria suas próprias regras, capaz de quebrar o padrão apenas para manter o jogo interessante, enquanto atrai o inspetor para uma trama mortal.
Resenha:
A escrita de Jo Nesbø é extremamente descritiva e repleta de personagens. Precisei anotar os nomes para não me perder na trama. Há também uma sensação estranha de não conseguir fixar os nomes por conta de ser uma literatura norueguesa, da qual não temos familiaridade com os substantivos próprios. Talvez, a escolha do nome do protagonista Harry tenha sido intuitiva, por parte do autor para essa dificuldade. A narrativa em terceira pessoa insere o ponto de vista dos personagens, contribuindo para uma visão panorâmica dos fatos.
 Como uma leitora assídua de literatura policial, posso afirmar que Jo Nesbø é similar a Thomas Harris, autor do livro O silêncio dos Inocentes. Embora o autor não tenha um antogonista fixo, como o canibal Hannibal Lecter, de Thomas Harris, o autor cria um cenário muito parecido nas investigações, nas peripécias e principalmente no jogo psicológico entre o investigador e o serial killer. O leitor segue algumas pistas, que se mostram falsas, mas Jo Nesbø consegue desatar com maestria todos os nós da trama sem deixar nenhuma ponta solta.
Não há só pistas falsas, pelo contrário, segui minha intuição e acertei na mira do psicopata. Isso não quer dizer que o livro seja óbvio, mas sim que o autor dá chance para que o leitor faça parte da equipe de investigação e tire suas próprias conclusões. Não é à toa que ele descreve em 3ª pessoa sob a perspectiva de vários personagens.
O livro tem uma linguagem ágil, percebe-se que o autor fez uma pesquisa minuciosa sobre comportamento humano, genética e anomalias. Além de ter um minicurso sobre bandas de rock dos anos 70 e 80. Que vai de Neil Young a Ramones. Excelente!
Eu preferi deixar só a sinopse da orelha do livro e falar um pouco das minhas impressões. O livro é muito complexo, rico em detalhes, cheio de pistas, intrigante e envolvente. Se me aprofundasse nas situações que ocorrem na narrativa, acabaria por dar SPOILERS.  Impossível largar o livro. Comecei a ler e fui até o fim. Mesmo contendo 420 páginas. Foi rapidinho.
Esse foi o primeiro livro que eu li desse autor.  No entanto, o personagem Harry Hole, faz parte de uma série de livros de Jo Nesbo  com essa temática. Faz parte de uma série.
Para aqueles que leram ou assistiram O silêncio dos Inocentes, O colecionador de Ossos e acharam relevante,  Boneco de Neve está no mesmo patamar literário. Corre pra ler que você vai gostar.

Dez estrelinhas para Boneco de Neve. Abraço e até mais J