OS CRIMES DO MONOGRAMA – AGATHA CHRISTIE POR SOPHIE
HANNAH
GÊNERO: POLICIAL
EDITORA: NOVA FORNTEIRA
PÁGINAS: 286
SINOPSE
Em 1929, num café em Londres, Poirot é surpreendido
pela entrada dramática de uma mulher certa de seu assassinato iminente. Mas,
para o espanto do detetive, ela não quer ajuda: diz que merece o que está por
vir e sai desabalada do local, sem mais explicações.
Enquanto isso, o policial Edward Catchpool se depara
com um cenário perturbador: em quartos diferentes de um hotel, três cadáveres
são encontrados dispostos de uma maneira cuidadosa e com uma abotoadura de ouro
com as iniciais P.I.J. em cada um.
Juntos, Poirot e Catchpool tentarão desvendar a
possível conexão entre aquela estranha mulher e os três crimes, antes que seja
tarde demais e outras mortes ocorram.
RESENHA
Após uma semana corrida com a apresentação do meu TCC,
eis que finalmente terminei de ler Os Crimes do Monograma lançado em
Setembro/2014 pela Editora Nova Fronteira.
O livro foi escrito por Sophie Hannah, autora de
thrillers psicológicos best-sellers publicados em mais de vinte países. Seu
livro Kind of Cruel foi um dos finalistas do Specsavers National Book Awards de
thriller de 2013. Em Os Crimes do Monograma, a autora traz de volta à ativa o
detetive belga Hercule Poirot após quase 40 anos desde a última história
publicada por Agatha Christie. Devidamente autorizada pela família de Agatha
Christie, Sophie Hannah é a primeira escritora a retomar a história de Poirot,
retratado pela última vez em Cai o Pano, publicado por Agatha em 1975, um ano
antes de sua morte. O personagem belga estreou em 1920 em O Misterioso Caso de
Styles e se tornou um dos mais conhecidos da escritora britânica.
Pois é, minha gente... Estava animada com a volta do
Poirot, mas após terminar a leitura, não me senti lendo um livro com a
genialidade que Agatha Christie tinha de provocar o leitor com as cenas de
suspense. O livro é bom, mas não reconheço a sagacidade e o refinamento do
Poirot e nem a simplicidade e engenhosidade com que a Rainha do Crime elaborava
suas tramas. Senti muita falta das locuções em francês do nosso detetive: Mon Dieu!
Fiquei com a impressão de que Poirot é um mero
coadjuvante na história. Talvez, tal fato decorra da narrativa pertencer ao
Catchpool, o qual achei meio irritante com seu raciocínio lento e sem ânimo. No
livro o grande Hercule Poirot gosta de destacar suas qualidades, como sempre
fez nas histórias narradas por Agatha Christie, mas no caso de Os Crimes da Monograma sua participação é quase apática e seu parceiro muito inferior
intelectualmente. Bateu uma saudade imensa do Hastings e principalmente da
pachorrice de Poirot. No livro de Sophie Hannah não há nenhuma descrição do
comportamento rabugento do detetive e nem em relação à sua extravagância no vestir.
Não senti que Poirot estava ali na história. Fiquei pensando: como a família de
Agatha Christie deixou que este livro fosse publicado, visto que a Rainha do
Crime, para evitar que continuassem a explorar seu personagem depois de sua
morte, decidiu matar Poirot em um romance escrito na década de
1940, mas que, segundo ordens expressas suas, só deveria ser publicado após sua
morte? Em Cai o pano a ação já começa com Poirot doente e sua morte fecha a
trama. Leitores assíduos de Agatha certamente estranharam esse fato. Mas, como numa obra de ficção, tudo cabe.
Mesmo assim devorei o livro como quase sempre faço com
a literatura policial! Apesar de não ser genial, a obra tem o seu charme, mas
claro está longe de representar a magnitude das células cinzentas do homenzinho
metódico criado por Agatha Christie.
Há que se respeitar a coragem de Sophie Hannah por
encarar esse desafio, bem como o fato de que cada escritor tem um estilo único,
mas como fã considero Agatha inimitável.
Apesar disso, garanto que dá para abrir a cabeça e
aproveitar a leitura deixando de lado comparações...É difícil, mas não
impossível. A capa do livro está impecável... Por sinal, os últimos lançamentos das
obras da Agatha pela Nova Fronteira estão com excelentes capas!
Bom, é isso! Um
grande abraço e até mais J
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