CANAL LITERÁRIO

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

OS CRIMES DO MONOGRAMA - AGATHA CHRISTIE POR SOPHIE HANNAH

OS CRIMES DO MONOGRAMA – AGATHA CHRISTIE POR SOPHIE HANNAH

GÊNERO: POLICIAL
EDITORA: NOVA FORNTEIRA
PÁGINAS: 286

SINOPSE
Em 1929, num café em Londres, Poirot é surpreendido pela entrada dramática de uma mulher certa de seu assassinato iminente. Mas, para o espanto do detetive, ela não quer ajuda: diz que merece o que está por vir e sai desabalada do local, sem mais explicações.
Enquanto isso, o policial Edward Catchpool se depara com um cenário perturbador: em quartos diferentes de um hotel, três cadáveres são encontrados dispostos de uma maneira cuidadosa e com uma abotoadura de ouro com as iniciais P.I.J. em cada um.
Juntos, Poirot e Catchpool tentarão desvendar a possível conexão entre aquela estranha mulher e os três crimes, antes que seja tarde demais e outras mortes ocorram.

 RESENHA
Após uma semana corrida com a apresentação do meu TCC, eis que finalmente terminei de ler Os Crimes do Monograma lançado em Setembro/2014 pela Editora Nova Fronteira.

O livro foi escrito por Sophie Hannah, autora de thrillers psicológicos best-sellers publicados em mais de vinte países. Seu livro Kind of Cruel foi um dos finalistas do Specsavers National Book Awards de thriller de 2013. Em Os Crimes do Monograma, a autora traz de volta à ativa o detetive belga Hercule Poirot após quase 40 anos desde a última história publicada por Agatha Christie. Devidamente autorizada pela família de Agatha Christie, Sophie Hannah é a primeira escritora a retomar a história de Poirot, retratado pela última vez em Cai o Pano, publicado por Agatha em 1975, um ano antes de sua morte. O personagem belga estreou em 1920 em O Misterioso Caso de Styles e se tornou um dos mais conhecidos da escritora britânica.

Pois é, minha gente... Estava animada com a volta do Poirot, mas após terminar a leitura, não me senti lendo um livro com a genialidade que Agatha Christie tinha de provocar o leitor com as cenas de suspense. O livro é bom, mas não reconheço a sagacidade e o refinamento do Poirot e nem a simplicidade e engenhosidade com que a Rainha do Crime elaborava suas tramas. Senti muita falta das locuções em francês do nosso detetive: Mon Dieu!

Fiquei com a impressão de que Poirot é um mero coadjuvante na história. Talvez, tal fato decorra da narrativa pertencer ao Catchpool, o qual achei meio irritante com seu raciocínio lento e sem ânimo. No livro o grande Hercule Poirot gosta de destacar suas qualidades, como sempre fez nas histórias narradas por Agatha Christie, mas no caso de Os Crimes da Monograma sua participação é quase apática e seu parceiro muito inferior intelectualmente. Bateu uma saudade imensa do Hastings e principalmente da pachorrice de Poirot. No livro de Sophie Hannah não há nenhuma descrição do comportamento rabugento do detetive e nem em relação à sua extravagância no vestir. Não senti que Poirot estava ali na história. Fiquei pensando: como a família de Agatha Christie deixou que este livro fosse publicado, visto que a Rainha do Crime, para evitar que continuassem a explorar seu personagem depois de sua morte, decidiu matar Poirot em um romance escrito na década de 1940, mas que, segundo ordens expressas suas, só deveria ser publicado após sua morte? Em Cai o pano a ação já começa com Poirot doente e sua morte fecha a trama. Leitores assíduos de Agatha certamente estranharam esse fato. Mas, como numa obra de ficção, tudo cabe. 
Mesmo assim devorei o livro como quase sempre faço com a literatura policial! Apesar de não ser genial, a obra tem o seu charme, mas claro está longe de representar a magnitude das células cinzentas do homenzinho metódico criado por Agatha Christie.

Há que se respeitar a coragem de Sophie Hannah por encarar esse desafio, bem como o fato de que cada escritor tem um estilo único, mas como fã considero Agatha inimitável.
Apesar disso, garanto que dá para abrir a cabeça e aproveitar a leitura deixando de lado comparações...É difícil, mas não impossível. A capa do livro está impecável... Por sinal, os últimos lançamentos das obras da Agatha pela Nova Fronteira estão com excelentes capas!

 Bom, é isso! Um grande abraço e até mais J


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